27 de dezembro de 2006

Festa dos Rapazes

Feast of the Boys
Ousilhão
Vinhais
26 de Dezembro
Festa de Santo Estevão Feast of Saint Stephen


Em Ousilhão, o Dia de Santo Estevão, primeiro mártir do cristianismo, é passado na galhofa pelos carêtos!

Há, todavia, uma componente religiosa da festa em que os carêtos não participam quando, a meio da tarde, o padre celebra a missa em honra do santo. É uma missa em que ao rei e vassais da festa é dada a honraria de ficarem no altar-mor e os cânticos religiosos são substituídos pela música dos gaiteiros. O pão, símbolo de alimento sagrado, é benzido num cesto.

No final da missa o andor sai e dá a volta à igreja. Povo e visitantes vão atrás, em procissão. Tocam os gaiteiros e retumbam foguetes.
Depois da missa o padre, o rei e os dois vassais sentam-se numa mesa, posta no meio da rua, em frente à igreja. Enquanto isso, quatro moços, reconhecidos pelo chapéu e pelo xaile ao pescoço, distribuem pão e vinho, gratuitamente, por todos, vizinhos e forasteiros não pertencentes à colectividade.
Durante a refeição são escolhidos os mordomos da festa do ano seguinte: um novo rei e dois vassais. Em Ousilhão não há laranjais mas a fruta é utilizada no ceptro real para simbolizar prosperidade e o poder de quem exerce a autoridade.

Leilão do santo. Os vizinhos, em vez de darem dinheiro para ajudar as despesas da festa, oferecem bens hortícolas para serem leiloados.
Carêtos à espera que termine a missa para recomeçarem as suas correrias endiabradas, atrás das raparigas.

As máscaras dos carêtos de Ousilhão são de madeira, feitas por artesãos da aldeia.

A origem da Festa dos Rapazes perde-se no tempo. Nela entrecruzam-se festas pagãs do solstício de Inverno, em louvor do Sol, e festas católicas, introduzidas com intuito por fim a ritos pré-cristãos, neste caso concreto, ao rito de procriação, de passagem dos rapazes à idade adulta.



Novo rei e vassais levados pelos carêtos a outro bairro da aldeia. Gaiteiros vão a tocar e o povo acompanha o cortejo.

Até um passado recente os rapazes, escondidos nas máscaras, podiam correr atrás das raparigas e chocalhá-las, simulando um acto sexual. Hoje, como as relações entre os dois sexos são mais liberais e não há necessidade deste tipo de válvula de escape, as raparigas já se mascaram também.

No fim acaba tudo num bailairico ao som da gaita-de-foles. Os costumes, embora preservando a tradição, incorporam elementos novos, adaptando-se às novas realidades.













Fotos desta postagem incluidas em:
http://lendasetradicoes.blogs.sapo.pt/2435.html

3 comentários:

Anónimo disse...

sois muito divertidos eu vou ser careto de salsas voces damse bem com os de salsas

Anónimo disse...

anonimo,claro que sim, o espirito da mascara dis tudo !

Jose Gomes disse...

Alguém me pode dizer onde posso comprar máscaras destas ?
Se souber mande-me um e-mail para miglmonteiro75@hotmail.com
Obrigado